quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

POEMA

Choraste,
Choraste sem razão
Sem motivo aparente
Choraste de triste
Ou de contente?

Sorriste,
Sorriste de felicidade
Ou de fingimento?
Sorriste de maldade
ou de sentimento?

Partiste,
Partiste por magoa
Ou por descontentamento
Partiste de fúria
Ou por sentimento?

Porque foste,
Porque não ficaste?
Porque partiste
E me deixaste?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

És o dia e a noite

O passado ainda dói, a tua ausência ainda magoa. Pego nas recordações de um passado feliz e tento perceber o porque de um final. Tento dormir mas atacas-me com recordações e saudades. Chegas do nada e invades-me o pensamento atormentando os meu sentimentos. Porque? Para que?
Partes de novo com a tua nova personalidade. E depois? Fico só com as palavras sinceras que disse, com o arrependimento de tal sinceridade. Ausentas-te por tempo indeterminado sem explicação. Partes para bem longe sem me levares contigo esquecendo tudo o que foi dito e vivido.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Saio,
Levo comigo as únicas coisas que trago.
Esqueço por momentos o que me deixa infeliz.
Percorro o caminho sem olhar para trás,
Sentindo o vento soltar-me os cabelos.

Olho o horizonte desejando alcança-lo,
Sonhando com o céu e as estrelas,
Sonhando apenas com o que não posso ter,
Pois, tudo o resto não me satisfaz.
Tudo o resto já possuo.

Recordo o toque, o cheiro.
Recordo os sons e o gosto.
Sinto palpitar-me o coração enquanto penso.
Solto o que trago e tudo se reflecte em água,
Reflexos que me caem pelo rosto.

Sinto-me fria, só.
Sinto-me incapaz e arrependida.
Chamo por algo que sei que não volta.
Felicidade simples e espontânea,
Felicidade verdadeira.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Às vezes é preciso...

"Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer. E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordeiramente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade. Às vezes, é preciso partir antes do tempo, dizer: aquilo que mais se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um Deus qualquer que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de mudar é sempre mais forte, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim. Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizémos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito. Somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor. Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo a baixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda-fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo. Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio, paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar. Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer." Margarida Rebelo Pinto

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem te tornaste

Tu foste e imperfeição mais que perfeita.
Foste a pessoa mais cativante, sincera e que deixava mais receio em conhecer.
A teu ver, o mundo era tão cruel, a praia tão calmante, a chuva tão refrescante, os sonhos tão genuínos e o amor tão complicado. A vida injusta.
Mas um dia, conheceste algo que tornou tudo mais simples. Passaste a andar de mão dada, numa vida que julgas ser perfeita e nem os gritos da minha voz chegaram para que me ouvisses.
Mudaste. Mudaste para algo que não consigo suportar.
Julgas-te feliz…
Julgas que podes tudo o que desejas, que podes ser muito para além dos sonhos.
Julgas que nada te derruba e não entendes que já estás a ser derrubado. Mas a vida assim é perfeita…
Com a tua companheira é fácil esquecer os medos, aguentar a dor, nunca desfalecer…
Mas um dia, quando quiseres que ela vá, um dia quando já não quiseres que ela faça parte de ti, ela não vai querer partir. E aquele sonho em que viveste, vai tornar-se no teu maior pesadelo, na tua mais terrível dor.
E ai, espero que não te lembres de mim, pois nessa altura não vou querer viver no teu inferno. Afundaste-te aos poucos sem perceber.
Sem perceberes que te amava. Amei-te enquanto vivias com ela. Enquanto eras feliz e fingias que não me vias.


quarta-feira, 30 de junho de 2010

Desabafo

Hoje pensei em ti. Pensei verdadeiramente em ti.
Recordei-me do pouco que se passou e do quanto isso me atormentou. Recordei-me da tua imagem, do teu olhar, da tua voz, do teu toque. . . Confesso. . .Senti saudade de um abraço apertado, duma simples caricia tua, do teu gosto e dos teus beijos.
Tanta coisa que não te disse. Tanta coisa que ficou perdida no meio do medo, do receio, naquele momento tão curto. . .Tanta vontade de te dizer, mas medo de não ouvir a resposta desejada. De ver a ironia estampada no teu rosto. . .
Quando senti uma atração por ti, quantas esperanças eu tive. . . Aquele nosso primeiro beijo, aquele primeiro toque. . .Daquele momento que apesar de pequeno mexeu comigo. Fizeste-me sentir confiança nos teus braços, desejo nos teus beijos e ternura no teu carinho. Quantas noites eu passei na esperança de ter uma resposta para o que acontceu, de uma explicação. Em vão. . . Não faz parte de ti dar respostas(...)
Quantas noites passei sem saber o que fazer, o que desejar. A pensar no que te ia no pensamento. A encontrar as respostas que não me davas. Talvez não saibas. Para ti não foi assim. . .
Nada traduz o que senti naquele momento, a vontade de ficar, a tentação de te conquistar. Em vão. . . És a pessoa certa na hora errada e a pessoa errada na hora certa. (...)
Sou obrigada a admitir que caí em tentação e que não resisti á tua maneira de ser, mas agora, agora que tudo aconteceu sinto-me arrependida(...)
Adorei a pessoa que eras naquele dia. Eras diferente. . . O carinho e a confiança que transmitiste. Não me sinto arrependida pelo que aconteceu, mas sim por quando aconteceu. (...)Talvez nunca me digas se para ti foi uma aventura. . . Talvez nunca saiba. . . Talvez nem tu procures saber.
Ficam as perguntas sem resposta.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

minha calma

Fase menos boa

Hoje, como custumo fazer habitualmente quando me sinto em baixo, parti para uma caminhada para um local que me traz algum conforto e calma. Quando avançava, caminhando com o cuidado de afastar as ervas altas do meu corpo, ia pensando como seria a minha vida se tivesse tomado outras decisões que não as mesmas que me arrastaram para aquilo que sou hoje. Embora soubesse que de nada vale pensar no passado, e muito menos pensar nas escolhas que fizemos, insisti.

Talvez fosse tudo melhor, ou talvez pior. E se tivesse perdoado mais uma vez o meu grande amor?

Finalmente cheguei. . . Como sempre, fechei os olhos, inspirei o ar fresco e finalmente abri-os. A sensação era a mesma de sempre. Puro conforto. O vento vinha e batia levemente no meu rosto sacudindo os meus cabelos em várias direções. Pestanejei para confirmar o que via.
Os campos verdejantes, as árvores altas e de todas as formas, as casas entre a longa paisagem. Mas apenas isto não chegava. Para me transmitir calma e tranquilidade era necessário juntar a esta maravilhosa vista um cheiro e som da natureza. O canto dos pássaros, o som do vento e o cheiro dos campos, não tornavam esta paisagem perfeita mas tornavam-na encantadora.
Sorri. Embora estivesse sozinha, fi-lo espontaneamente. O vento tinha levado com ele a minha angústia e a minha tristeza. Mas havia uma coisa que o vento nunca levava. A solidão. Por momento esquecia-me que estava só, mas logo que caminhasse novamente em direcção a casa lembrar-me-ia novamente. Assim aconteceu. Após permanecer ali sentada alguns minutos, decidi ir para casa. O sol já não era radiante e o vento já era frio.
Já no meu quarto, deitada sobre a cama, decidi reflectir na vida. Para que esforçar-me para estar com alguem se esse alguem n retribui o meu esforço e o meu carinho?
Saudades de ser criança...